1 2 3 4

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Jesus Cristo nos comprou para Deus através da Sua morte na Cruz: “… porque foste morto e com teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação, e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra.” (Apocalipse 5.9b,10)
O homem se transformou num escravo de Satanás ao render-se ao pecado no Jardim do Éden. A Bíblia declara que “aquele que é vencido fica escravo do vencedor” (2 Pe 2.19), e foi isto que ocorreu ao primeiro casal. Eles foram separados da glória de Deus e perderam a filiação divina. Adão foi chamado filho de Deus (Lc 3.38), mas esta condição não foi mantida. Quando Jesus veio ao mundo, Ele foi chamado de Filho Único de Deus (Jo 3.16), mas Ele veio mudar esta condição e passou a ser o Primogênito de muitos irmãos (Rm 8.29).
O Diabo se assenhoreou do homem e da Terra, que fora dada ao homem (Sl 115.16), e afirmou isto para Jesus na tentação do deserto (Lc 4.6). Mas Jesus veio pagar a nossa dívida do pecado, e, ao fazê-lo, garantiu a nossa libertação das mãos de Satanás: “Ele nos resgatou do poder das trevas e nos trasladou para o reino do seu Filho muito amado, no qual temos a nossa redenção, a remissão dos nossos pecados.” (Colossenses 1.13,14 – TB)
Observe o termo “resgatou”, que aparece quando o apóstolo Paulo está falando que fomos transportados do Reino das Trevas e levados ao Reino do Filho de Deus. Depois, ele afirma: “no qual temos a nossa redenção”. Esta redenção foi um ato de compra, efetuado pelo pagamento da dívida do pecado: “Tendo cancelado o escrito de dívida que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era contrário, removeu-o inteiramente, cravando-o na cruz; e tendo despojado os principados e potestades, os exibiu abertamente, triunfando deles na mesma cruz.” (Colossenses 2.14,15 – TB)
O Texto Sagrado revela que Jesus despojou os príncipes malignos. Segundo o Dicionário Aurélio, “despojar” significa: “privar da posse; espoliar, desapossar”. Isto nos faz questionar o que, exatamente, Jesus tirou destes principados malignos. O que eles possuíam que pudesse interessá-Lo? Nada, a não ser o senhorio sobre as nossas vidas! O despojo somos nós, que fomos comprados por Ele para Deus, e, a partir de então, passamos a ser propriedade de Deus. É exatamente assim que as Escrituras se referem a nós. Somos agora chamados de propriedade de Deus: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.” (1 Pedro 2.9)
Repetidas vezes encontramos a ênfase de que o Senhor Jesus Cristo nos comprou para Si. E o preço pago foi o Seu próprio sangue! “Sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo.” (1 Pedro 1.18,19)
Portanto, quando Jesus nos comprou, Ele nos livrou da escravidão do Diabo, mas nos fez escravos de Deus! Coisa alguma do que “possuímos” é de fato uma propriedade exclusivamente nossa. Nem as nossas próprias vidas pertencem a nós mesmos! Somos propriedade de Deus! Ele é o nosso Dono! Conseqüentemente, tudo o que nos pertence, é d’Ele também!
Referindo-se ao Espírito Santo em nós, Paulo O chamou de “o penhor da nossa herança, para redenção da possessão de Deus” (Ef 1.14 – ARC). Observe que o termo “herança” aparece associado aos termos “redenção” e “possessão”, pois é disto que o princípio da redenção sempre trata: o resgate da propriedade! Para muitos cristãos, a palavra “redenção” não significa nada mais do que “perdão dos pecados” ou “salvação”. Mas o seu significado vai muito além disto! A palavra “redenção” significa “resgate” ou “remissão”. Ela retrata o ato de se readquirir uma propriedade perdida.
A redenção era o pagamento da dívida, feito por um parente próximo. Por meio do pagamento, ele comprava de volta tudo aquilo que se perdera. Assim a pessoa que fora escravizada não mais pertenceria a quem antes ela devia, mas ao que pagava sua dívida.  E qual seria o proveito disto? De que adiantaria ficar livre de um, para se tornar escravo de outro? A diferença era que o novo dono era um parente e ele pagou aquela dívida por amor, e, ele trataria o escravo com brandura, com misericórdia.
A consciência da Redenção deve provocar em nós uma atitude de gratidão e de culto a Deus. Paulo falou sobre vivermos uma vida de santidade, que é fruto desta consciência:
“Fugi da prostituição. Todo pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo. Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.” (1 Coríntios 6.18-20 – ARC)
O apóstolo deixa claro, em três frases distintas, a ênfase de que somos propriedade de Deus. Primeiro ele afirma que não somos de nós mesmos. Depois ele declara que fomos comprados – e por um bom preço! E finalmente ele diz que o nosso corpo e o nosso espírito “pertencem” (verbo que indica posse) a Deus.
Portanto, separar-se do pecado e santificar-se para Deus é glorificá-Lo por meio do corpo. Não é um culto de palavras, mas não deixa de ser uma exaltação. É um culto de santidade e boa mordomia! Celebramos a Redenção não só por meio de cânticos, mas também de atitudes. Quando reconhecemos que Deus comprou o nosso corpo e cuidamos dele com a consciência de que ele é de Deus, estamos cultuando ao Senhor.
Da mesma forma, há um culto que é expresso não só por meio de palavras, mas também por nossas atitudes em relação às nossas finanças.
No momento em que o crente entrega os seus dízimos diante de Deus e de todo o reino espiritual, ele está reconhecendo a Redenção e a conseqüência de ter a Deus como seu Dono, bem como de tudo o que lhe pertence. Diante deste reconhecimento, o Senhor mesmo afasta o Devorador e protege o que é d’Ele. E o Diabo não se atreve a tentar tocar no que pertence a Deus! Ao entregarmos os nossos dízimos, devemos ser gratos pela Redenção e compreender que, através deste gesto, redimimos os noventa por cento da renda restantes para administrá-los para o Senhor.
Assim como Deus redimiu o nosso corpo, Ele também redimiu os nossos bens. Logo, da mesma forma como o bom uso do corpo (em santidade) glorifica a Deus, assim também o bom uso dos nossos recursos financeiros, que são de Deus, O glorifica! 
Texto do Pr. Luciano Subirá, extraído de Orvalho.com